Olá! Gostaram do romance da Mariana? Então aqui têm a continuação, mas desta vez tivemos de dividir o segundo capítulo, mas dentro de pouco tempo terão a continuação..
Capítulo
2
- Chegámos -
Disse a minha mãe abrindo a porta do carro.
- Deixa-me
adivinhar mãe, vamos ao Mensagem?
- Acertaste.
- Leonor, estás a
tornar-te previsível. - Disse o meu pai brincalhão.
- Não é muito
difícil de adivinhar pai. Basta reparares que na maior parte das vezes que
jantamos em Lisboa, a mãe prefere sempre este restaurante.
-Oh, eu gosto do
ambiente…- disse a minha mãe, mostrando um ligeiro sorriso.
- Nós também,
querida. - Concordou o meu pai, dando-lhe um beijo. Deram as mãos e a minha mãe
apoiou ligeiramente a cabeça no seu ombro.
Entrámos no
restaurante, e o ambiente era realmente muito agradável. À entrada podia
apreciar-se uma vista agradável para o mar e para o céu limpo. As cores
predominantes eram calmas e soft. Um enorme espelho corria uma parede de
uma ponta a outra. As mesas metalizadas estavam dispostas em filas direitas e
bem organizadas. Pequenas velas vermelhas iluminavam agradavelmente os centros
das mesas.
O restaurante no
seu total era uma mistura de calma e paz.
A minha mãe fez
sinal a uma senhora, devia ser provavelmente a sua amiga.
Ao
aproximarmo-nos da mesa estava uma pessoa sentada de costas, era-me algo
familiar.
O casal
aproximou-se, e a amiga da minha mãe, virou-se para trás e disse:
- Querido, vem
cumprimentar os nossos amigos.
De repente aquela
figura familiar revelou-se. Era Diogo. Para minha grande surpresa era o rapaz
da praia. Esbocei um sorriso de surpresa. Não sei porquê mas comecei a sentir
uma onda de calor subir-me pelas costas, era uma sensação estranha, pois nunca
tinha sentido uma onda calor como esta, não tão «desconfortável».
Os meus pais
cumprimentaram o casal. Pelo que reparei, pareciam conhecer-se há muito tempo.
A minha mãe abraçava alegremente a amiga, e esta respondia da mesma maneira. O
meu pai juntou-se ao amigo e deu-lhe também um abraço, mas mais masculino.
- Inês, esta é a
minha filha. A Alice. Alice esta é a Inês, uma velha amiga da faculdade.
- Prazer Alice. –
Disse a Sra. Abreu.
Cumprimentámo-nos
com dois beijos na cara. Quando as nossas bochechas se tocaram, reparei que a
Sra. Abreu tinha uma pele macia e suave. Arrepiei-me ao toque. Parecia que
estava a tocar em algo tão perfeito que quase não podia ser humano.
- Igualmente Sra.
Abreu – Respondi esboçando um sorriso.
- Ora, trata-me
por Inês, querida.
Assenti com a
cabeça e sorri educadamente.
- E este é o meu
bom e velho amigo Gonçalo – Apresentou o meu pai.
- Olá, prazer em
conhecê-lo.
- O prazer é todo
meu - respondeu – bem, realmente és mesmo parecida com a tua mãe! Herdas-te de
facto a sua elegância – olhou de soslaio para a minha mãe e piscou-lhe o olho.
- Ora Gonçalo,
nunca mudas. – Respondeu a minha mãe à piadinha.
- Sabes qua não
poupo nas verdades. – Fez uma pausa e desta vez falou para mim. - Alice, já não
te deves lembrar de mim. A última vez que te vimos ainda eras pequena.
Enruguei
ligeiramente a testa e o nariz.
- Pois, realmente
não me lembro…
Rimo-nos todos.
Não me lembrava
mesmo deste casal. Porém, algo neles era-me familiar. Mas para meu azar
lembrava-me do filho dele.
- Alice, este é o
meu filho, o…
- Diogo –
completei a frase da Sra. Abreu.
- Já se
conheciam? – Perguntou pouco surpreendida. Lançou um breve olhar a Diogo, mas
depressa recaiu de novo em mim.
- Mais ou menos,
conhecemo-nos hoje na praia, mãe. – Quem respondeu foi Diogo, que parecia
estranhamente descontraído.
- Na praia? –
Perguntou a minha mãe, também surpreendida.
- É uma longa
história mãe… - respondi.
- Hum. –
Respondeu com a sua expressão de «depois contas-me».
Depois das
apresentações feitas, dirigimo-nos para as mesas.
E claro, para meu
azar, Diogo sentou-se à minha frente.
- Então, o que é
que vais comer mãe? O mesmo de sempre? – Perguntei com uma ponta de gozo na
voz.
- Não, desta vez
vou variar. – Respondeu ao meu piropo.
- E tu, o que é
que vais pedir? Talvez me possas ajudar a escolher, é que nunca tinha cá vindo
antes. – Interrompeu Diogo.
Senti uma pequena onda de calor começar
a subir de novo pela coluna.
Olhei para ele com aquele olhar de «ainda tens
a lata?». Ele percebeu e descontraidamente encostou-se à cadeira. A forma como
o fez irritou-me um pouco, pareceu ser arrogante.
- Desculpa aquilo
que disse hoje na praia. Foi um pouco mau.
Um pouco mau?,
pensei.
Embora me
apetecesse mesmo muito responder-lhe, não o fiz. Ia mostrar que me afectara e
não queria de maneira nenhuma que ele soubesse que na verdade, o conseguia
fazer. Optei pela parte zen e peaceful
que tinha dentro de mim.
- Ainda não sei, mas já tenho uma
ideia. – Olhei para o menu.
- Costumas vir cá muitas vezes? –
Perguntou.
Assenti com a cabeça ainda com os olhos postos
na ementa.
- Hum, então terei de vir cá mais vezes.
- Então terei de dizer aos meus pais para
começarmos a ir a Cascais mais vezes. – Abri os olhos percebendo que acabara de
lhe dizer de «bandeja» que Cascais costumava estar na lista de lugares que
frequentava. Engoli em seco mas depois lembrei-me: Diogo dissera-me que estava
há pouco tempo cá, o mais provável era nem sequer saber onde era Cascais.
O seu sorriso
alargou-se. Não percebi o que significara, embora quisesse saber o porquê
daquele rasgar irónico dos lábios. A minha parte zen continuava a ser
uma boa aliada, fazendo concentrar de novo a minha atenção para a ementa.
- Mas
aconselha-me lá algo, é que não faço mesmo ideia do que escolher. – Pediu-me
com um sorriso sedutor mas ao mesmo tempo querido.
Olhei para ele durante uns momentos, pensando
no que iria responder a seguir…
CONTINUAÇÃO...
Mariana Campos
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