domingo, 25 de março de 2012

Suspiro-Capítulo 2


Olá! Gostaram do romance da Mariana? Então aqui têm a continuação, mas desta vez tivemos de dividir o segundo capítulo, mas dentro de pouco tempo terão a continuação..
Capítulo 2



     - Chegámos - Disse a minha mãe abrindo a porta do carro.
     - Deixa-me adivinhar mãe, vamos ao Mensagem?
     - Acertaste.
     - Leonor, estás a tornar-te previsível. - Disse o meu pai brincalhão.
     - Não é muito difícil de adivinhar pai. Basta reparares que na maior parte das vezes que jantamos em Lisboa, a mãe prefere sempre este restaurante.
     -Oh, eu gosto do ambiente…- disse a minha mãe, mostrando um ligeiro sorriso.
     - Nós também, querida. - Concordou o meu pai, dando-lhe um beijo. Deram as mãos e a minha mãe apoiou ligeiramente a cabeça no seu ombro.
     Entrámos no restaurante, e o ambiente era realmente muito agradável. À entrada podia apreciar-se uma vista agradável para o mar e para o céu limpo. As cores predominantes eram calmas e soft. Um enorme espelho corria uma parede de uma ponta a outra. As mesas metalizadas estavam dispostas em filas direitas e bem organizadas. Pequenas velas vermelhas iluminavam agradavelmente os centros das mesas.
     O restaurante no seu total era uma mistura de calma e paz.
     A minha mãe fez sinal a uma senhora, devia ser provavelmente a sua amiga.
     Ao aproximarmo-nos da mesa estava uma pessoa sentada de costas, era-me algo familiar.
     O casal aproximou-se, e a amiga da minha mãe, virou-se para trás e disse:
     - Querido, vem cumprimentar os nossos amigos.
     De repente aquela figura familiar revelou-se. Era Diogo. Para minha grande surpresa era o rapaz da praia. Esbocei um sorriso de surpresa. Não sei porquê mas comecei a sentir uma onda de calor subir-me pelas costas, era uma sensação estranha, pois nunca tinha sentido uma onda calor como esta, não tão «desconfortável».
     Os meus pais cumprimentaram o casal. Pelo que reparei, pareciam conhecer-se há muito tempo. A minha mãe abraçava alegremente a amiga, e esta respondia da mesma maneira. O meu pai juntou-se ao amigo e deu-lhe também um abraço, mas mais masculino.
      - Inês, esta é a minha filha. A Alice. Alice esta é a Inês, uma velha amiga da faculdade.
     - Prazer Alice. – Disse a Sra. Abreu.
     Cumprimentámo-nos com dois beijos na cara. Quando as nossas bochechas se tocaram, reparei que a Sra. Abreu tinha uma pele macia e suave. Arrepiei-me ao toque. Parecia que estava a tocar em algo tão perfeito que quase não podia ser humano.
     - Igualmente Sra. Abreu – Respondi esboçando um sorriso.
     - Ora, trata-me por Inês, querida.
      Assenti com a cabeça e sorri educadamente.
     - E este é o meu bom e velho amigo Gonçalo – Apresentou o meu pai.
     - Olá, prazer em conhecê-lo.
     - O prazer é todo meu - respondeu – bem, realmente és mesmo parecida com a tua mãe! Herdas-te de facto a sua elegância – olhou de soslaio para a minha mãe e piscou-lhe o olho.
     - Ora Gonçalo, nunca mudas. – Respondeu a minha mãe à piadinha.
     - Sabes qua não poupo nas verdades. – Fez uma pausa e desta vez falou para mim. - Alice, já não te deves lembrar de mim. A última vez que te vimos ainda eras pequena.
     Enruguei ligeiramente a testa e o nariz.
     - Pois, realmente não me lembro…
     Rimo-nos todos.
     Não me lembrava mesmo deste casal. Porém, algo neles era-me familiar. Mas para meu azar lembrava-me do filho dele.
     - Alice, este é o meu filho, o…
     - Diogo – completei a frase da Sra. Abreu.
     - Já se conheciam? – Perguntou pouco surpreendida. Lançou um breve olhar a Diogo, mas depressa recaiu de novo em mim.
     - Mais ou menos, conhecemo-nos hoje na praia, mãe. – Quem respondeu foi Diogo, que parecia estranhamente descontraído.
     - Na praia? – Perguntou a minha mãe, também surpreendida.
     - É uma longa história mãe… - respondi.
     - Hum. – Respondeu com a sua expressão de «depois contas-me».
     Depois das apresentações feitas, dirigimo-nos para as mesas.
     E claro, para meu azar, Diogo sentou-se à minha frente.
     - Então, o que é que vais comer mãe? O mesmo de sempre? – Perguntei com uma ponta de gozo na voz.
     - Não, desta vez vou variar. – Respondeu ao meu piropo.
     - E tu, o que é que vais pedir? Talvez me possas ajudar a escolher, é que nunca tinha cá vindo antes. – Interrompeu Diogo.
Senti uma pequena onda de calor começar a subir de novo pela coluna.
 Olhei para ele com aquele olhar de «ainda tens a lata?». Ele percebeu e descontraidamente encostou-se à cadeira. A forma como o fez irritou-me um pouco, pareceu ser arrogante.
     - Desculpa aquilo que disse hoje na praia. Foi um pouco mau.
     Um pouco mau?, pensei.
     Embora me apetecesse mesmo muito responder-lhe, não o fiz. Ia mostrar que me afectara e não queria de maneira nenhuma que ele soubesse que na verdade, o conseguia fazer. Optei pela parte zen e peaceful que tinha dentro de mim.
- Ainda não sei, mas já tenho uma ideia. – Olhei para o menu.
- Costumas vir cá muitas vezes? – Perguntou.
 Assenti com a cabeça ainda com os olhos postos na ementa.
 - Hum, então terei de vir cá mais vezes.
 - Então terei de dizer aos meus pais para começarmos a ir a Cascais mais vezes. – Abri os olhos percebendo que acabara de lhe dizer de «bandeja» que Cascais costumava estar na lista de lugares que frequentava. Engoli em seco mas depois lembrei-me: Diogo dissera-me que estava há pouco tempo cá, o mais provável era nem sequer saber onde era Cascais.
     O seu sorriso alargou-se. Não percebi o que significara, embora quisesse saber o porquê daquele rasgar irónico dos lábios. A minha parte zen continuava a ser uma boa aliada, fazendo concentrar de novo a minha atenção para a ementa.
     - Mas aconselha-me lá algo, é que não faço mesmo ideia do que escolher. – Pediu-me com um sorriso sedutor mas ao mesmo tempo querido.
 Olhei para ele durante uns momentos, pensando no que iria responder a seguir…


CONTINUAÇÃO...
Mariana Campos

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