Depois do almoço, como combinado, fomos
dar o nosso passeio.
Estávamos a atravessar a passadeira entre
o túnel e a Junta de Freguesia do Estoril quando reparei num sujeito que estava
ao pé do túnel mais abaixo, e pareceu-me ser Diogo.
Distraí-me a tentar focar os olhos no
sujeito e de repente oiço uma voz agitada gritar:
- Alice Cuidado! – Era a voz de Mafalda.
Quando me apercebi da voz, virei-me e vi
um Jeep na minha direcção, já muito perto de mim. Os meus reflexos não foram
tão rápidos como gostaria que tivessem sido naquele momento, e o Jeep
preto de espelhos escuros e esfumados prossegui-o sem travar.
Senti alguém puxar-me o braço bruscamente.
Virei-me instintivamente. Diogo. Puxou-me contra ele, e protegeu-me com os seus
enormes braços.
- Ah – soltei um ligeiro gemido de dor.
Foi tudo tão rápido. Ao passar por nós, o Jeep
abrandou ligeiramente, e reparei na cara de Diogo, e este mandava um olhar de
«morte» através da janela do Jeep, quase como se conseguisse ver o
condutor. Parecia uma cena tirada de um filme de acção, em que o vilão que
conduzia, cruzava o seu olhar com o… espera, o que é que hei-de chamar a Diogo?
Herói? Nã, estou a engrandece-lo de mais. Rapaz. Sim, simplesmente rapaz… em
que o rapaz respondia à troca de olhares, em câmara lenta com, bem, uma
rapariga nos braços. A vítima? Sim,
simplesmente a vítima.
A
viatura era um Jeep Wrangler
preto com uma pequena asa preta e vermelha colada na parte de trás. Não sei
porquê, mas tanto o Jeep como aquele símbolo arrepiaram-me.
Por fim, o Jeep afastou-se de nós, para
cada vez mais longe.
-Estás bem?
- O meu braço… - Respondi-lhe, soltando de
novo um gemido, mas mais ligeiro.
A Mafalda atravessou a estrada a correr,
sem se preocupar com os carros.
- Alice, linda! Estás bem!? – Disse num timbre mais alto do que o normal,
mas não tão alto para ser considerado um grito.
O Diogo soltou-me dos seus braços,
percebendo que provavelmente seria agora a Mafalda a apertar-me contra si.
- O meu braço. – Disse-lhe.
Afastou-se ligeiramente de mim e com um
olhar preocupado olhou para o braço que eu apertava ligeiramente.
- Dói-te muito? O que sentes ao certo?
- Acho que desloquei o braço. Estou cheia
de dores!
- Ai Alice, no que é que estavas a pensar!
Aliás, no que é que estava aquele animal
cego estava pensar! Vais é já para o
hospital!
- Liga para o meu pai. – Respondi-lhe
apressadamente.
- Mas…
- Liga-lhe Mafalda. – Disse-lhe, sem lhe
dar tempo para acabar o que ia dizer.
Tirou o meu telemóvel da minha mala, e
levantou-se cuidadosamente. Marcou o número e esperou.
Enquanto isso, Diogo ajudou-me a
levantar, sempre muito cuidadoso.
-
Vais ficar bem miúda.
- O teu pai disse que estava aqui perto, e
que demorava cerca de um minuto a chegar. Olá Diogo…. – Disse Mafalda. Mas
aquele «Olá» fora rápido. Estava mais distraída comigo, do que propriamente com
o rapaz que estava ao meu lado
Em menos de um minuto, vi o Jeep do
meu pai dobrar a curva, e um sentimento de alívio preencheu-me naquele momento.
Diogo, deu-me um beijo na testa e murmurou
algo ao meu ouvido.
- Vejo-te depois, agora sei que estás bem
entregue miúda - E com isto desapareceu na esquina da Junta de Freguesia.
O meu pai saiu disparado do carro e mal me
alcançou deu-me um ligeiro abraço.
- Não te preocupes minha querida, vamos
tratar de ti.
Com a ajuda do meu pai e de Mafalda entrei
no Jeep. E como já estava à espera, a minha mãe virou-se para trás e
perguntou deveras preocupada:
- O que é que aconteceu Alice? Estou tão
preocupada, filha!
- Um carro passou por mim na passadeira e não
sei porquê tentou atropelar-me. – A minha mãe trocou um breve olhar com o meu
pai.
Estavam ambos assustados mas fizeram um
esforço para tentar não transmitir isso.
- Já devemos estar a chegar querida,
aguenta só mais um puco. – Disse a minha mãe, passando a mão pela minha perna,
numa tentativa de me apaziguar, como só uma mãe faz, como só a minha mãe sabia
fazer.
E na verdade, estávamos. Era surpreendente
o tempo que tínhamos demorado a chegar ao hospital, já estávamos a contornar
retunda dos prédios brancos, e eu já conseguia avistar o Hospital de Cascais. Depois do almoço, como combinado, fomos
dar o nosso passeio.
Estávamos a atravessar a passadeira entre
o túnel e a Junta de Freguesia do Estoril quando reparei num sujeito que estava
ao pé do túnel mais abaixo, e pareceu-me ser Diogo.
Distraí-me a tentar focar os olhos no
sujeito e de repente oiço uma voz agitada gritar:
- Alice Cuidado! – Era a voz de Mafalda.
Quando me apercebi da voz, virei-me e vi
um Jeep na minha direcção, já muito perto de mim. Os meus reflexos não foram
tão rápidos como gostaria que tivessem sido naquele momento, e o Jeep
preto de espelhos escuros e esfumados prossegui-o sem travar.
Senti alguém puxar-me o braço bruscamente.
Virei-me instintivamente. Diogo. Puxou-me contra ele, e protegeu-me com os seus
enormes braços.
- Ah – soltei um ligeiro gemido de dor.
Foi tudo tão rápido. Ao passar por nós, o Jeep
abrandou ligeiramente, e reparei na cara de Diogo, e este mandava um olhar de
«morte» através da janela do Jeep, quase como se conseguisse ver o
condutor. Parecia uma cena tirada de um filme de acção, em que o vilão que
conduzia, cruzava o seu olhar com o… espera, o que é que hei-de chamar a Diogo?
Herói? Nã, estou a engrandece-lo de mais. Rapaz. Sim, simplesmente rapaz… em
que o rapaz respondia à troca de olhares, em câmara lenta com, bem, uma
rapariga nos braços. A vítima? Sim,
simplesmente a vítima.
A
viatura era um Jeep Wrangler
preto com uma pequena asa preta e vermelha colada na parte de trás. Não sei
porquê, mas tanto o Jeep como aquele símbolo arrepiaram-me.
Por fim, o Jeep afastou-se de nós, para
cada vez mais longe.
-Estás bem?
- O meu braço… - Respondi-lhe, soltando de
novo um gemido, mas mais ligeiro.
A Mafalda atravessou a estrada a correr,
sem se preocupar com os carros.
- Alice, linda! Estás bem!? – Disse num timbre mais alto do que o normal,
mas não tão alto para ser considerado um grito.
O Diogo soltou-me dos seus braços,
percebendo que provavelmente seria agora a Mafalda a apertar-me contra si.
- O meu braço. – Disse-lhe.
Afastou-se ligeiramente de mim e com um
olhar preocupado olhou para o braço que eu apertava ligeiramente.
- Dói-te muito? O que sentes ao certo?
- Acho que desloquei o braço. Estou cheia
de dores!
- Ai Alice, no que é que estavas a pensar!
Aliás, no que é que estava aquele animal
cego estava pensar! Vais é já para o
hospital!
- Liga para o meu pai. – Respondi-lhe
apressadamente.
- Mas…
- Liga-lhe Mafalda. – Disse-lhe, sem lhe
dar tempo para acabar o que ia dizer.
Tirou o meu telemóvel da minha mala, e
levantou-se cuidadosamente. Marcou o número e esperou.
Enquanto isso, Diogo ajudou-me a
levantar, sempre muito cuidadoso.
-
Vais ficar bem miúda.
- O teu pai disse que estava aqui perto, e
que demorava cerca de um minuto a chegar. Olá Diogo…. – Disse Mafalda. Mas
aquele «Olá» fora rápido. Estava mais distraída comigo, do que propriamente com
o rapaz que estava ao meu lado
Em menos de um minuto, vi o Jeep do
meu pai dobrar a curva, e um sentimento de alívio preencheu-me naquele momento.
Diogo, deu-me um beijo na testa e murmurou
algo ao meu ouvido.
- Vejo-te depois, agora sei que estás bem
entregue miúda - E com isto desapareceu na esquina da Junta de Freguesia.
O meu pai saiu disparado do carro e mal me
alcançou deu-me um ligeiro abraço.
- Não te preocupes minha querida, vamos
tratar de ti.
Com a ajuda do meu pai e de Mafalda entrei
no Jeep. E como já estava à espera, a minha mãe virou-se para trás e
perguntou deveras preocupada:
- O que é que aconteceu Alice? Estou tão
preocupada, filha!
- Um carro passou por mim na passadeira e não
sei porquê tentou atropelar-me. – A minha mãe trocou um breve olhar com o meu
pai.
Estavam ambos assustados mas fizeram um
esforço para tentar não transmitir isso.
- Já devemos estar a chegar querida,
aguenta só mais um puco. – Disse a minha mãe, passando a mão pela minha perna,
numa tentativa de me apaziguar, como só uma mãe faz, como só a minha mãe sabia
fazer.
E na verdade, estávamos. Era surpreendente
o tempo que tínhamos demorado a chegar ao hospital, já estávamos a contornar
retunda dos prédios brancos, e eu já conseguia avistar o Hospital de Cascais.
Mariana Campos
Continua....
Desculpem a demora na publicação !
Sem comentários:
Enviar um comentário