sexta-feira, 22 de junho de 2012

Suspiro- 4º Capítulo (1º Parte)


   
  Depois do almoço, como combinado, fomos dar o nosso passeio.
     Estávamos a atravessar a passadeira entre o túnel e a Junta de Freguesia do Estoril quando reparei num sujeito que estava ao pé do túnel mais abaixo, e pareceu-me ser Diogo.
     Distraí-me a tentar focar os olhos no sujeito e de repente oiço uma voz agitada gritar:
     - Alice Cuidado! – Era a voz de Mafalda.
     Quando me apercebi da voz, virei-me e vi um Jeep na minha direcção, já muito perto de mim. Os meus reflexos não foram tão rápidos como gostaria que tivessem sido naquele momento, e o Jeep preto de espelhos escuros e esfumados prossegui-o sem travar.
     Senti alguém puxar-me o braço bruscamente. Virei-me instintivamente. Diogo. Puxou-me contra ele, e protegeu-me com os seus enormes braços.
     - Ah – soltei um ligeiro gemido de dor.
     Foi tudo tão rápido. Ao passar por nós, o Jeep abrandou ligeiramente, e reparei na cara de Diogo, e este mandava um olhar de «morte» através da janela do Jeep, quase como se conseguisse ver o condutor. Parecia uma cena tirada de um filme de acção, em que o vilão que conduzia, cruzava o seu olhar com o… espera, o que é que hei-de chamar a Diogo? Herói? Nã, estou a engrandece-lo de mais. Rapaz. Sim, simplesmente rapaz… em que o rapaz respondia à troca de olhares, em câmara lenta com, bem, uma rapariga nos braços. A vítima? Sim,  simplesmente a vítima.
     A viatura era um Jeep Wrangler preto com uma pequena asa preta e vermelha colada na parte de trás. Não sei porquê, mas tanto o Jeep como aquele símbolo arrepiaram-me.
     Por fim, o Jeep afastou-se de nós, para cada vez mais longe.
     -Estás bem?
     - O meu braço… - Respondi-lhe, soltando de novo um gemido, mas mais ligeiro.
     A Mafalda atravessou a estrada a correr, sem se preocupar com os carros.
     - Alice, linda! Estás bem!? – Disse num timbre mais alto do que o normal, mas não tão alto para ser considerado um grito.
     O Diogo soltou-me dos seus braços, percebendo que provavelmente seria agora a Mafalda a apertar-me contra si.
     - O meu braço. – Disse-lhe.
     Afastou-se ligeiramente de mim e com um olhar preocupado olhou para o braço que eu apertava ligeiramente.
     - Dói-te muito? O que sentes ao certo?
     - Acho que desloquei o braço. Estou cheia de dores!
     - Ai Alice, no que é que estavas a pensar! Aliás, no que é que estava aquele animal cego estava pensar! Vais é já para o hospital!
     - Liga para o meu pai. – Respondi-lhe apressadamente.
     - Mas…
     - Liga-lhe Mafalda. – Disse-lhe, sem lhe dar tempo para acabar o que ia dizer.
      Tirou o meu telemóvel da minha mala, e levantou-se cuidadosamente. Marcou o número e esperou.
       Enquanto isso, Diogo ajudou-me a levantar, sempre muito cuidadoso.
     - Vais ficar bem miúda.
     - O teu pai disse que estava aqui perto, e que demorava cerca de um minuto a chegar. Olá Diogo…. – Disse Mafalda. Mas aquele «Olá» fora rápido. Estava mais distraída comigo, do que propriamente com o rapaz que estava ao meu lado
     Em menos de um minuto, vi o Jeep do meu pai dobrar a curva, e um sentimento de alívio preencheu-me naquele momento.
     Diogo, deu-me um beijo na testa e murmurou algo ao meu ouvido.
     - Vejo-te depois, agora sei que estás bem entregue miúda - E com isto desapareceu na esquina da Junta de Freguesia.
     O meu pai saiu disparado do carro e mal me alcançou deu-me um ligeiro abraço.
     - Não te preocupes minha querida, vamos tratar de ti.
     Com a ajuda do meu pai e de Mafalda entrei no Jeep. E como já estava à espera, a minha mãe virou-se para trás e perguntou deveras preocupada:
     - O que é que aconteceu Alice? Estou tão preocupada, filha!
     - Um carro passou por mim na passadeira e não sei porquê tentou atropelar-me. – A minha mãe trocou um breve olhar com o meu pai.
     Estavam ambos assustados mas fizeram um esforço para tentar não transmitir isso.
     - Já devemos estar a chegar querida, aguenta só mais um puco. – Disse a minha mãe, passando a mão pela minha perna, numa tentativa de me apaziguar, como só uma mãe faz, como só a minha mãe sabia fazer.  
     E na verdade, estávamos. Era surpreendente o tempo que tínhamos demorado a chegar ao hospital, já estávamos a contornar retunda dos prédios brancos, e eu já conseguia avistar o Hospital de Cascais.     Depois do almoço, como combinado, fomos dar o nosso passeio.
     Estávamos a atravessar a passadeira entre o túnel e a Junta de Freguesia do Estoril quando reparei num sujeito que estava ao pé do túnel mais abaixo, e pareceu-me ser Diogo.
     Distraí-me a tentar focar os olhos no sujeito e de repente oiço uma voz agitada gritar:
     - Alice Cuidado! – Era a voz de Mafalda.
     Quando me apercebi da voz, virei-me e vi um Jeep na minha direcção, já muito perto de mim. Os meus reflexos não foram tão rápidos como gostaria que tivessem sido naquele momento, e o Jeep preto de espelhos escuros e esfumados prossegui-o sem travar.
     Senti alguém puxar-me o braço bruscamente. Virei-me instintivamente. Diogo. Puxou-me contra ele, e protegeu-me com os seus enormes braços.
     - Ah – soltei um ligeiro gemido de dor.
     Foi tudo tão rápido. Ao passar por nós, o Jeep abrandou ligeiramente, e reparei na cara de Diogo, e este mandava um olhar de «morte» através da janela do Jeep, quase como se conseguisse ver o condutor. Parecia uma cena tirada de um filme de acção, em que o vilão que conduzia, cruzava o seu olhar com o… espera, o que é que hei-de chamar a Diogo? Herói? Nã, estou a engrandece-lo de mais. Rapaz. Sim, simplesmente rapaz… em que o rapaz respondia à troca de olhares, em câmara lenta com, bem, uma rapariga nos braços. A vítima? Sim,  simplesmente a vítima.
     A viatura era um Jeep Wrangler preto com uma pequena asa preta e vermelha colada na parte de trás. Não sei porquê, mas tanto o Jeep como aquele símbolo arrepiaram-me.
     Por fim, o Jeep afastou-se de nós, para cada vez mais longe.
     -Estás bem?
     - O meu braço… - Respondi-lhe, soltando de novo um gemido, mas mais ligeiro.
     A Mafalda atravessou a estrada a correr, sem se preocupar com os carros.
     - Alice, linda! Estás bem!? – Disse num timbre mais alto do que o normal, mas não tão alto para ser considerado um grito.
     O Diogo soltou-me dos seus braços, percebendo que provavelmente seria agora a Mafalda a apertar-me contra si.
     - O meu braço. – Disse-lhe.
     Afastou-se ligeiramente de mim e com um olhar preocupado olhou para o braço que eu apertava ligeiramente.
     - Dói-te muito? O que sentes ao certo?
     - Acho que desloquei o braço. Estou cheia de dores!
     - Ai Alice, no que é que estavas a pensar! Aliás, no que é que estava aquele animal cego estava pensar! Vais é já para o hospital!
     - Liga para o meu pai. – Respondi-lhe apressadamente.
     - Mas…
     - Liga-lhe Mafalda. – Disse-lhe, sem lhe dar tempo para acabar o que ia dizer.
      Tirou o meu telemóvel da minha mala, e levantou-se cuidadosamente. Marcou o número e esperou.
       Enquanto isso, Diogo ajudou-me a levantar, sempre muito cuidadoso.
     - Vais ficar bem miúda.
     - O teu pai disse que estava aqui perto, e que demorava cerca de um minuto a chegar. Olá Diogo…. – Disse Mafalda. Mas aquele «Olá» fora rápido. Estava mais distraída comigo, do que propriamente com o rapaz que estava ao meu lado
     Em menos de um minuto, vi o Jeep do meu pai dobrar a curva, e um sentimento de alívio preencheu-me naquele momento.
     Diogo, deu-me um beijo na testa e murmurou algo ao meu ouvido.
     - Vejo-te depois, agora sei que estás bem entregue miúda - E com isto desapareceu na esquina da Junta de Freguesia.
     O meu pai saiu disparado do carro e mal me alcançou deu-me um ligeiro abraço.
     - Não te preocupes minha querida, vamos tratar de ti.
     Com a ajuda do meu pai e de Mafalda entrei no Jeep. E como já estava à espera, a minha mãe virou-se para trás e perguntou deveras preocupada:
     - O que é que aconteceu Alice? Estou tão preocupada, filha!
     - Um carro passou por mim na passadeira e não sei porquê tentou atropelar-me. – A minha mãe trocou um breve olhar com o meu pai.
     Estavam ambos assustados mas fizeram um esforço para tentar não transmitir isso.
     - Já devemos estar a chegar querida, aguenta só mais um puco. – Disse a minha mãe, passando a mão pela minha perna, numa tentativa de me apaziguar, como só uma mãe faz, como só a minha mãe sabia fazer.  
     E na verdade, estávamos. Era surpreendente o tempo que tínhamos demorado a chegar ao hospital, já estávamos a contornar retunda dos prédios brancos, e eu já conseguia avistar o Hospital de Cascais. 

Mariana Campos
Continua....

Desculpem a demora na publicação !

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