sexta-feira, 30 de março de 2012

continuação do texto de Ricardo...


Apenas dizemos, deliciem-se...

A viagem ia ser atribulada, naquela tarde a neve não parava de cair, o comboio desbravava a neve com toda a força, parecia estar a desbravar as ondas do mar, como uma caravela dos descobrimentos a caminho do desconhecido.
Dentro de comboio, o ambiente estava calmo, ameno e luminoso, as duas amigas estavam no restaurante do comboio a confraternizar, no ar pairava uma melodia calma, tranquila, era jazz, aquela melodia tranquilizava toda a gente, até mesmo umas crianças hiperativas que estavam sentadas ao lado das duas amigas.
As carruagens estavam todas bem iluminadas, com velas, candelabros, tochas, entre outros objetos luminosos que iluminavam com todo o esplendor o comboio, mas não era só a luz que fazia o espetáculo, as carruagens eram enfeitadas com papel de parede vermelho e com quadros de pintores famosos como Picasso ou Miguel Ângelo, entre outros.
Todas as carruagens eram assim, esbeltas, coloridas e brilhantes. Já era de noite quando Elizabeth e emily estavam a jantar no refeitório, a musica jazz continuava a tocar e era aquela doce melodia que dava um ambiente exótico e alegre ao jantar, poucas pessoas estavam no restaurante para alem das duas amigas e das crianças hiperativas, o jantar das amigas foi beringela recheada com legumes na veta, no fim do jantar foram as duas para o camarote no ultimo vagão, a noite estava fria, gélida e obscura, os campos britânicos estavam cobertos de neve e no quarto o ambiente estava frio, Elizabeth acendeu uma vela e meteu-a dentro de um candeeiro que estava pendurado no teto, aquela chama era o que bastava para iluminar aquela divisão, o quarto era composto por um beliche, um armário em madeira preta, uma poltrona e um lavatório antigo.
-nunca mais chegamos? – Perguntou Elizabeth
-já não deve faltar muito. -Respondeu emily enquanto ajeitava a sua almofada para se deitar.
Elizabeth pegou numa bolsinha de veludo, verde-escuro, e disse a emily:
-mal chegarmos à estação apanhamos logo um táxi e vamos até ao como do monte onde esta stonehenge, quero resolver este assunto o mais depressa possível-disse Elizabeth-vais já tu tomar banho?
-sim-respondeu emily ao pegar na sua roupa de dormir e saindo pela porta castanha que ficava imponente de ambos os lados.
Finalmente só, Elizabeth estava sozinha naquele quarto envolvida nos seus pensamentos, pensava em como ia resolver aquela embrulhada.
Já estava tudo em silêncio quando foi tomar banho, o quarto de banho ficava nos fundos do vagão, era uma toilete toda refinada, era composta por quatro sanitas tapadas, cinco duches em cabines e uns tantos bancos.
Elizabeth estava ali sozinha, a música de jazz já tinha acabado de tocar e agente toda já tinha ido dormir, só ela e o homem da locomotiva estavam acordados.
Ela estava a tomar banho quando uma melodia começou a tocar, aquela melodia era-lhe familiar, fez um esforço para se tentar lembrar mas acabou por desistir.
-minha querida já não te lembras de mim?-cortou uma voz assim a melodia que pairava no ar gélido que envolvia o comboio.
Aí Elizabeth ficou espantada e com toda a pressa agarrou numa toalha de algodão que estava pendurada na porta da cabine e enrolando-se nela abriu desesperadamente a porta e ficou petrificada com quem estava à sua frente.
-a…a…avó-disse Elizabeth enquanto corria com os braços abertos para sua avó, a senhora retribuindo com o mesmo gesto mas quando os corpos se juntaram, o corpo de Elizabeth trespassou o corpo de sua avó, nesse momento a cara de Elizabeth encheu-se de lágrimas, pensava que a sua avó estava ali em carne e osso, mas não, estava ali como espírito.
-minha neta-disse a idosa-também queria poder abraçar-te mas pensa que o amor que nos une já é tão grande que não é um ato na pele que faz mudar esse amor mas sim um toque no coração que o transforma!-exclamou a senhora-índigo, como podes chorar quando temos algo que nos une como uma pessoa só.
Elizabeth mantinha-se em silêncio perante a presença da avó, a presença dela fazia-lhe sentir uma grande tristeza dentro de si.
-Elizabeth, não te esqueças que eu sempre estarei aqui-disse ela tocando no peito da neta-para te ouvir e falar contigo, mas o que me traz aqui é um assunto muito importante, estou aqui para te disser que o mundo que nós conhecemos vai mudar muito brevemente, tanto no mundo espiritual como no mundo carnal, seremos despedaçados pelo pior dos pesadelos, em breves momentos tudo se vai tornar num inferno…
-está a falar do segundo anticristo. Interrompeu Elizabeth.
-sim, estou a falar dele. -Disse a avó.
A casa de banho estava a tornar-se gélida e Elizabeth ia-se vestindo aos poucos terminando por pôr o seu xaile de lã à sua volta.
-Elizabeth, lembraste do medalhão que emily te deu?
-sim, lembro-me, está aqui avó.
Era um amuleto o chamem-lhe o que quiserem, era um apedrejo que bonito, cravado com as mais raras jóias já mais vistas, todo banhado a ouro, uma jóia que podia fazer frente à própria coroa de Júpiter.
-a tua tetravó, a primeira bathory foi a que utilizou os primeiros poderes do talismã, a hipnose, a levitação e a telepatia, Elizabeth para tu os conseguires terás de sofrer bastante quando chegar a altura, lembra-te que agora o mundo pode depender de ti-mal acabou de falar a avó desapareceu em cinzas.
-NÃOOOO!-gritou com plenos pulmões Elizabeth nesse momento as veias do pescoço sobrepunham-se à pele, as lágrimas banhavam a cara, e a cor do rosto ficou completamente vermelha mais vermelha que o próprio sangue.
Tudo ficou em silêncio, Elizabeth saiu do banho ainda em lágrimas, naquela escuridão, a única coisa em que Elizabeth pensava era na sua avó, sentou-se em posição fetal num canto do vagão.
-Elizabeth, o que se passa?!-disse emily correndo para Elizabeth.
-a…a minha avó apareceu-me, disse que devia aprender, a utilizar o talismã.
-quanto a isso já demos o primeiro passo, quando me entregaram-me o colar, também me entregaram um livro. -Disse emily-anda para o quarto não queres apanhar uma constipação pois não. -Disse emily pegando-a pelo um braço para a levantar.
Nessa noite Elizabeth não parava de suar, não de calor, mas sim pela quantidade de pesadelos que tivera toda a noite.
A manhã nascia jubilosa, Elisabeth ainda esta a dormir, mas emily pelo contrário já tinha acordado á muito tempo. Já tinha feito todas as suas tarefas e agora estava sentada na poltrona do quarto, envolta nos seus pensamentos, ficou ali petrificada até Elizabeth acordar.
-bom dia-disse Elisabeth ainda ensonada.
-bom dia também para ti.
-esta noite foi para esquecer-disse Elisabeth-só tive pesadelos uns a traz dos outros.
-e o que contavam os teus pesadelos?-interrogou emily.
-eu depois conto-te, deixa-me ir primeiro tomar banho-disse Elisabeth.
-está bem, olha, espero por ti no bar, ok.
-ok

********
Emily esperava ansiosamente pela sua amiga, quando um homem se aproximou dela e perguntou:
-bom dia, posso sentar-me?
-sim, sim sente-se-disse emily um bocado apreensiva
-está um lindo dia, não está-perguntou o sujeito.
-sim está, mas desculpe eu conheço-o?-interrogou emily o tal sujeito
O homem estremeceu um bocado, mas acabou por responder.
-você não me conhece, mas eu a si, conheceu-a muito bem, também faço parte da religião, eles mandaram-me cá para entregar-lhe um aviso, os nazis já sabem da existência de Elisabeth e andam á procura dela como deve calcular, mas criaram uma organização secreta chamada, os novos ostiários, tem como função criar uma nova geração, que tenha poderes que só mesmo deus os podia ter, querem criar esta nova população para servirem de armas de guerra, mas não tem só essa função, alguns até conseguem ver o futuro, eles já estão em Inglaterra, por isso têm de se despachar, dei-a só esta pedra a Elizabeth e quando chegarem a stonhenge, ela tem que coloca-la no meio do circulo, e depois disser open Stone.
-bom dia – disse Elizabeth
O homem levantou-se e despediu-se das duas com dois beijos.
Não demoraram muito até chegar á estação.
-Elizabeth vamos chamar um táxi para nos levar até ao monte de stonehenge.
A viagem foi atribulada, cheia de chuva, estradas lamacentas, relâmpagos e granizo, quando chegaram a chuva ainda caia, e as duas tiveram de se proteger com um guarda-chuva, a caminhada não foi longa até chegarem á entrada do templo.
-agora, damos uma corridinha?-disse Elizabeth
-sim-afirmou emily
As duas correrão o mais que poderam, chegarão estafadas, quase sem fôlego para falar.
-a…agora … temos de encontrar um local para por esta rocha-disse emily
 Era uma rocha cheia de elementos antigos desenhados a cor anil.
-ok
Ambas começaram a procurar um local onde a pedra pudesse caber, mas Elizabeth teve um pressentimento que estavam a ser vigiados, mas não teve tempo para dizer nada, uma multidão de furiosos começou a subir a montanha, pareciam querer extermina-las.
-despacha-te!-gritava emily correndo de um lado para o outro á procura de algum local.
Quando a multidão estava quase achegar, uma luz brilhante que surgia do solo despertou a atenção de Elizabeth e correndo desesperadamente até ao local tirou á pressa a pedra azulada e esperando que emily chegasse até ela gritou com toda a força que tinha
- OPEN STONEEEEEEEEEEEEE!

CONTINUA...
Ricardo Pereira

2 comentários:

  1. Obrigada, por comentar!!! É muito importante não só para o blog mas também, neste caso, para o Ricardo que nos enviou o seu texto...

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